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a lua está linda hoje

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16
Mar24

Para quem escrevo?

Ao longo do meu percurso de pessoa-que-escreve-num-blog questionei-me muitas vezes para quem escrevia eu. Sei que não sou a única e tal facto parece-me lógico.

Quando comecei a escrever no meu primeiro blog, em Março de 2011, não escrevia para mim. De todo! Postava indirectas para o rapaz de quem gostava, alfinetadas para as miúdas estúpidas da escola e textos de apreciação para as minhas amigas. Escrevia para toda a gente, menos para a Mariana — nessa altura eu recusava-me a mergulhar fundo em mim própria. Esse blog durou cinco meses e mais ou menos a meio da sua existência comecei, devagarinho, a escrever alguns desabafos ligeiros. Foi assim que percebi que escrever em tom de desabafo era imensamente melhor do que escrever em qualquer outro tom.

Escrever é tipo embalsamar coisas não físicas e torná-las um bocadinho mais reais do que já são. É tão simples, por vezes, saindo de mim com tamanha facilidade e naturalidade, como se eu tivesse todo o jeito do mundo para o hobby. Mas não é sempre assim. Às vezes é totalmente o oposto. Como agora... E como nos últimos dias. Às vezes é tão difícil, tão complicado, e acabo por sentir que tantos anos de (disciplina) experiência não serviram para nada. Num mundo perfeito eu escreveria tanto como gostaria, sobre tudo o que gostaria. Mas num mundo perfeito eu também poderia comer todo o chocolate que quisesse.

 

Seria errado dizer que escrevo só para mim. Achei isso por muito tempo e agora vejo que estava errada. Escrevo para todos os que me querem ler, incluindo eu mesma. Se escrevesse só para mim, fá-lo-ia num caderno que guardaria no fundo da terceira gaveta da cómoda, longe da luz do dia e do olhar dos cuscos que não se interessam mesmo nada pelo que é escrito (mas que lêem). Por muito pouco humilde que possa parecer, não é incorrecto escrever assim, para quem quiser ler. O intuito de um blog é, na minha ótica, a partilha de todos os pormenores que achamos relevantes, ainda que não o sejam; uma janela da nossa casa para o resto do mundo, uma ponte para as restantes ilhas que são todos os que nos rodeiam. Acredito que seja por isso que escrever num blog (ainda) me faça tanto sentido, mesmo que eu já não seja uma adolescente com tempo de sobra e com a mania que tem muito para dizer.

 

Escrever. Apenas verbo, com tudo o que conjugá-lo implica.

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