Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

a lua está linda hoje

O dia que foi noite

apreciar as pequenas coisas

A luz tremeu antes de se apagar de vez. Tudo se foi com ela. Seguiram-se oito horas "a trabalhar" iluminada por uma lanterna quando necessário. Depois disso, um duche longo enquanto a luz natural se despedia sonolenta. Antes da outra voltar, um pãozinho para aconchegar a barriga. Nunca um banho quente e um pão com presunto me souberam tão bem.

Soltar amarras

Tão boa a liberdade de pensar e poder dizer. Ser! Ter coragem é fazer História, não a(s, nos) deixemos adormecer. 
Já devo ter escrito dezenas de vezes sobre as saudades que sinto de escrever. Se calhar até é o tópico mais falado neste estaminé. É que eu escrevia muito. Outrora, noutros blogs, escrevia até diariamente. Sobre tudo; qualquer coisa era importante o suficiente para ser mencionada, e todos os meus sentires, até os que pouco sentido faziam, eram desabafados. Bem sei que essa urgência de escrever acabou por me fazer excluir (quase) todas essas casas onde o meu coração morou (...)
Há dias que talvez fiquem com um pouquinho mais de força, como se tivessem sido escritos em papel e uma caneta voltasse a passar por cima das letras uma a uma. Tenho alguns dias assim; uns por motivos bonitos, outros nem por isso. A 5 de abril de 2016 comecei um estágio profissional. Por essa data já eu desconfiava que a minha área — a Multimédia — não era aquilo que mais gostava, até porque na altura não tinha propriamente forma de treinar, como os meus colegas, e acho mesmo (...)
Depois do almoço, quando saí para voltar a trabalhar, vi o senhor acompanhado do seu cão a entrar no prédio ao lado. Não pude deixar de sentir uma pontinha de inveja. Eu conheço os cães daqui e por isso sei que este cão mora neste prédio há pouco tempo. Sem a mesma convicção, diria que o senhor também. E eu não consegui evitar sentir a tal pontinha de inveja porque só consegui pensar nos tempos em que por aquela hora não tinha a obrigação de ir trabalhar, e em vez disso (...)
Ela tem sempre a cama feita E as unhas pintadas Por norma senta-se de pernas fechadas Eu sou muitas numa só E conseguimos todas ser erradas. Ela tem lábios suaves Que beijam com doçura Dos meus saem palavras grosseiras Quase sempre em tom de travessura. Ela é mar calmo pela manhã Lençol branco estendido ao sol Eu sou toalha de mesa pingada Emoção pura como um jogo de futebol. Ela usa salto alto E pijama de renda e seda Eu nunca salto alto Pois temo a possível queda.
Sou gente. Sou de carne e osso, sentimentos, futilidades e preocupações: Olho(-me) ao espelho e não gosto do que vejo. Parece que está tudo fora do lugar. Subo à balança e os números que não via há dois anos confirmam que está mesmo. Ouço um alarme a tocar cá dentro e entro em pânico enquanto luto por me tentar acalmar; eu sei que devo apreciar-me tal como sou, e acima de tudo sei — ou procuro não me esquecer — que conseguir fazê-lo demorou muito tempo, mas assusta-me (...)
O hospital é velho, triste, feio. Lá faz um tipo de frio que não tem propriamente a ver com temperatura. É deprimente, como se nunca (mais) fosse primavera. Naquela sala específica não há pessoas novas, só velhinhos. Velhinhos que esperam, alguns sozinhos, outros acompanhados de velhinhos menos velhinhos. Por exemplo, há esta senhora que mexe no telemóvel. Ela veste uma saia e tem a perna tapada com uma meia a condizer. Está sentada numa cadeira de rodas. Penso que parece (...)
O amor é bonito. Sempre o imaginei e descrevi bonito, mas nunca o tinha visto e sentido bonito. E é. É mesmo! Vale a pena dizer isto outra vez: o amor é, efectivamente, bonito. E o mundo cor-de-rosa é de facto real. Não é um sítio daqueles para onde vamos de carro, a pé ou de transporte. É uma espécie de estado de alma que eu descobri existir quando nós descobrimos amar(-nos).   Já nem sei quem era antes de ti. Tenho todas as minhas dores e derrotas gravadas, porque (...)