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a lua está linda hoje

a lua está linda hoje

03
Dez23

O amor quer-se doce

Estamos no último mês do ano... Deste ano que mudou por completo a minha vida — mas sobre isso falarei noutro texto, num futuro muito breve.

 

O meu Dezembro começou recheado de amor e coberto de açúcar em pó — não, açúcar em pó não é um sentimento, mas se houvesse forma de descrever o que sinto, com certeza seria com estas três palavras.

Estes primeiros três dias foram por certo especiais. Poucas coisas sabem melhor do que sair do trabalho ao fim de nove horas cansativas, comprar um pacote de gomas numa lojinha de conveniência e romper a noite com o amor da nossa vida. Foi assim o meu sábado. Vimos a cidade vestida de Natal e comemos um hamburguer que encosta qualquer rede de fast food a um canto. Terminamos o dia (ou começamos outro) aninhados no sofá a ver um filme.

 

E é sobre isto. É sobre rir e fazer rir em viagens de carro devido a um gosto musical peculiar. É sobre beijinhos, e miminhos, e abraços que sabem (porque são) o melhor tempero desta vida. É sobre a paz que só se encontra nos braços daquela pessoa. É sobre as pequenas coisas que são tudo menos pequenas. É sobre o amor, que se quer docinho como as gomas da lojinha de conveniência ou como o croissant de chocolate que há sempre em casa do meu amor.

26
Nov23

Ainda bem que escrevo

Este blog já tem um ano. Falhei o seu aniversário, que foi há precisamente vinte dias.

Nunca tive um blog por tanto tempo, mas também nunca escrevi tão pouco num blog como escrevi neste. Se calhar é por isso que dura, e dura, e dura. Ou não. Talvez dure, e dure, e dure pelas memórias que nele estão entranhadas. Pelas horas em que me sentei aqui, nesta ou noutra cadeira, mas neste exato sítio, a definhar o que ainda não sabia que sentia. E foi aqui, nesta ou noutra cadeira, mas neste exato sítio (físico e online) que percebi o que sentia. Muitas foram as noites em que travei batalhas comigo mesma através da escrita, que tanto servia para me fazer sangrar, como para me fazer curar.

 

Sentir é difícil até para mim que faço do verbo um mote de vida. Será que foi pela coragem de escrever que tudo deu certo? Será que se não tivesse escrito, as coisas seriam iguais?

Às vezes, minto, muitas vezes gosto de olhar para trás. Sei que o caminho é em frente, mas eu sou dessas pessoas que precisam de rever o caminho para ganhar fôlego e continuar. Gosto do desconhecido que faz a barriga doer, mas também gosto da segurança do que conheço, e por isso volto. Gosto de reler. É como se me voltasse a encontrar comigo mesma. E é especialmente bom (e bonito) reler aquelas passagens tontas de pessoa apaixonada que não quer por nada sentir o que está a sentir. Bom, ainda bem que senti. Ainda bem que escrevi. Ainda bem que este blog existe.

 

Quero que este blog seja o meu/nosso cantinho pelos próximos muitos anos. Quero fazer dele um pouco mais diário do que visita mensal, que é o que tem acontecido. Falta-me tempo e por vezes falta-me palavras também, mas não me falta nunca a beleza do que sinto e do que estou a viver — magia. Estou a viver pura magia.

19
Nov23

Ondas que não afogam

No início do ano escrevi este texto muito especial onde falei sobre as estrelas. Adivinhei-lhes a beleza que nunca consegui confirmar daqui. E adivinhei-nos a nós sem nos adivinhar a admirar essa beleza, por entre tantas outras coisas. Era o que eu queria, e ontem deu-se.

As estrelas estavam mesmo lindas. Tantas e tão brilhantes por cima das nossas cabeças. E o mar revolto, zangado, inquieto à nossa frente arrepiava-me a cada berro que dava.

Vi uma estrela cadente. Nunca tinha visto uma. Foi mágico. Aconteceu demasiado rápido e certeiro. Não pedi desejo, ou pelo menos não na fracção de segundo em que ela me surpreendeu. Como poderia eu focar em algo tão egoísta num momento tão formidável? Naquele instante só consegui ficar maravilhada. E nos instantes seguintes idem. Engoli diversas pseudo-palavras sem nexo que saltavam na ponta da minha língua. Mas depois, um pouquinho depois, pedi um que veio direitinho do coração. Espero que ele tenha voado rápido o suficiente para apanhar a estrela cadente.

 

Fomos embora. O mar revolto, zangado e inquieto da noite fria fazia jus ao que eu estava a sentir, ainda que tendo acabado de vivenciar algo de cortar a respiração. É que naqueles breves minutos, e nas próximas muitas, muitas horas, não havia chuva de estrelas cadentes que me limpasse por dentro a tristeza que sentia comigo mesma.

 

Todos os dias podemos aprender alguma coisa. Com certeza ontem aprendi que todos os momentos podem ser formidáveis, por isso não convém focarmos em coisas egoístas. A vida é fugaz como uma estrela que agora está, agora já não.

30
Out23

Vinte e Sete

Quando era pequena achava que por esta altura já estaria casada e a viver com o amor da minha vida. Só comecei a namorar com ele há um par de meses.

Quando era pequena achava que por esta altura o meu cabelo seria comprido e liso. Descobri que o prefiro encaracolado. 

Quando era pequena achava que por esta altura já teria conhecido países novos e culturas diferentes. Nunca sai de Portugal.

Quando era pequena achava que por esta altura seria independente e crescida. Vivo com os meus pais e corro o risco de levar na cabeça se chegar muito tarde a casa.

Quando era pequena achava que por esta altura teria tempo suficiente para viver lentamente. Tenho três empregos que me sugam a esmagadora maioria do tempo.

 

Em tempos vivi o suficiente para não querer mais viver. Nesses tempos, negros, agora lá muito ao fundo, sofria tanto por só existir que viver era efectivamente doloroso. Porém, não me recordo da sensação. Pelo meio de cacos de vidro e fogo urgente em fazer arder, a magia aconteceu. Não houve génio, nem fada madrinha, nem pózinho de perlimpimpim. A magia aconteceu. 

 

Nasci há vinte e sete anos e na prática não me parece tempo suficiente para conhecer muito da vida. Gosto de pensar que ela, a vida, não é sobre resignarmo-nos às coisas e vivermos infelizes. Mas gosto também de pensar que para vivermos bem precisamos de aprender a aceitar que nem tudo vai ser como queremos ou desejamos. E não faz mal. No meio de tantos nãos dolorosos brotam os sins certos, como flores de cacto espinhoso que aparentemente não deviam estar ali — mas é justamente ali que faz sentido estarem.

 

O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer. 

21
Out23

Ruas do coração

Percorri muitas ruas com gente apressada que, sem se importar, esbarrou contra mim. Está toda a gente demasiado desinteressada em quem caminha por aí.

Não sei de cor em que esquina virei, que degraus subi ou desci, em que cruzamentos me perdi. Sei, sim, que cruzamos os nossos passos algures e que a partir daí tudo passou a fazer sentido. E sei, também, que não me cabe na cabeça dividir este caminho com outro homem. 

26
Set23

Nunca fui boa a matemática

Entrei pela porta castanha com a certeza cravada de que tu não estarias. Saí vinte minutos depois pela mesma porta com o cheiro do teu perfume cravado em mim.

 

Tu estavas. Surpreendeu-me porque a última vez que estiveste foi em Dezembro de 2010, quando a tua menina ainda não tinha nascido e tu prometeste levar-me à praia no verão.

A tua menina nasceu um mês depois, mas até hoje não fomos à praia juntos.

 

Tu estavas. Trajavas roxo e todo um sentimento para mim indecifrável que ocupava (muito) espaço cada vez que os nossos olhares se cruzavam.

 

Em meio a nada exclamaste o meu nome baixinho como que a pena, agarraste-me gentilmente pela nuca e deste-me ligeiras festinhas no cabelo enquanto ficavas só ali, a olhar-me, antes de avançares para um beijinho na bochecha. Não soube o que pensar ou sentir, porque pela primeira vez recebi de ti o carinho que quis toda a vida. E doeu um pouquinho. Doeu receber de ti o carinho que quis toda a vida porque toda a vida mo negaste.

 

Na matemática menos com mais dá menos, e isso aplica-se à vida que acontece fora das folhas quadriculadas também. 

15
Set23

Quero tempo!

A roupa está revirada. A casa precisa de ser arrumada. A minha menina está velhinha. O sono não está em dia. O duche é apressado. O blog está parado. A história não avançou. O cabelo não secou. A vontade de sair é alta. Ver o mar faz-me falta.

 

Quero tempo, mas ele foge-me por entre os dedos e eu não sei o que fazer para o agarrar. 

Quero tempo, mas prendo-me num espaço fechado que por muito que seja do meu agrado, tira-me as coisas pequeninas e bonitas que vou perdendo no dia-a-dia, todos os dias. Como troca de miminhos com a minha pessoa no banco de trás do carro, e gargalhadas, e conversas sérias. Como passear com uma ponta de uma trela na mão e ter, logo ali, na outra ponta, a dividir aquele momento comigo, o ser mais puro que habita este planeta. Como pão quentinho acabado de fazer com manteiga derretida partilhado com a minha mãe enquanto vemos juntas o extra do Big Brother. Como viagens de carro após o almoço, só mesmo ali ver o rio porque apetece, de vestido e chinelo de enfiar o dedo. 

 

Quero tempo. E tempo, feliz ou infelizmente, é coisa que não se compra numa barraquinha, como se compra um Conselho dos Anjos a 1€. 

Inclusive não me esqueço: "deixe a alegria acontecer" (deixo! ❤️). 

11
Set23

Notas de Setembro

Este mês não estava contente com as minhas despesas atuais, nem com as condições do meu emprego, nem com o facto de quase não ter tempo para tomar um duche em condições e poder dormir de cabelo seco, por isso decidi que quero ser uma pessoa encartada.

Eu, que sempre tive medo da estrada, que sempre enjoei em viagens e que provavelmente não chego aos pedais, vou tirar a carta!

Estou ansiosa e cheia de medo.  

01
Set23

O tempo, a vida e o entretanto

Mais uma vez aproximo-me pé ante pé depois de dias sem escrever nada. Logo eu, que adoro escrever. Logo eu, a quem escrever faz tão bem.

 

Dizer que vou começar a escrever consistentemente é a mesma coisa que dizer que hoje vou mesmo deitar-me cedo e que amanhã vou mesmo começar uma dieta. Por muito que exista intenção de, não vai acontecer. E está tudo bem. Não tem de acontecer.

Mas a vida acontece. Os dias são demasiado compridos e, mesmo assim, passam rápido demais. De repente já é Setembro. De repente não já não vou a tempo de ver o pôr-do-sol quando saio do trabalho. De repente está escuro e a brisa já arrepia as pernas nuas que não se conformam com a quase chegada do Outono. 

 

Sinto paz porque adoro este tempo. Sinto nostalgia porque o verão já se foi. Sinto nostalgia porque a vida acontece. Sinto paz porque acontece desta forma tão bonita — mesmo que eu não tenha escrito (sobre isso). 

22
Ago23

Para o Amor

Queria saber escrever-te melhor do que sei. Todas as palavras me parecem vazias, fracas, coisa pouca.

Ainda estou a aprender a ser amada da forma certa. Ainda estou a aprender a acreditar (de verdade) que isso é possível para mim também. É difícil, sabes? É difícil, mas eu tento com muita força (porque quero com muita força e porque merecemos, eu e tu, com muita força também).

 

Queria tanto não ter medo nunca. E olha, acho que achas que eu tenho mais medo do que realmente tenho. Eu tenho medo, sim, mas não é tanto assim. O meu medo não se prende nas coisas maiores como perder-te por inteiro para a Sónia mamalhuda do Pingo Doce. Prende-se nas coisas pequenas, como o meu abraço deixar de ser um dos que mais gostas, ou o meu beijo perder a doçura. Prende-se na possibilidade de não mais, nunca mais, me olhares com esse olhar meigo como quem olha para a coisa mais incrível deste mundo. Prende-se nessas e noutras terríveis mínimas coisas que na verdade são as que tornam tudo tão especial. E se um dia eu não for mais especial?

 

Gostava que houvesse um psicólogo próprio para os traumas do coração. Daqueles mesmo maus. Daqueles que às vezes nos tiram o ar, mesmo já não doendo, só de neles pensar. Não há (pois não?). A vida simplesmente segue, muitas vezes aos trambolhões, e nós seguimos meio desnorteados só porque se ela não pára nós não podemos parar também. 

E às vezes acontecem coisas mágicas, como abraços no fim do serviço que se tornam a parte boa do dia e que antecedem a reciprocidade de um sentimento bonito, sentimento esse que com sorte (e uma pitada de coragem), faz nascer uma relação. Eu sei, sempre soube e nunca esquecerei a sorte que tenho. 

 

Não quero ser para sempre uma pessoa amargurada e mal humorada. Quero ser leve como as borboletas que tanto adoro e como tu, Amor.

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